Pra. Noádia Santos de Souza Teixeira |
Atualmente cursando Administração na Universidade
Paulista - UNIP na cidade de Belém/Pará, a Pra. Noádia Santos de Souza
Teixeira, 34 anos, casada com o Pr. Gerson Teixeira os quais são membros da Igreja
Assembléia de Deus. Nascida em um lar cristão onde desde cedo conheceu o
evangelho, a paraense contabiliza inúmeras experiências durante os seis anos em
que esteve juntamente com o seu esposo em missão nas províncias de: Liquiça,
Manatuto e Lospalos no Timor Leste/Ásia.
Raina News – Pastora de que
maneira se deu a sua chamada especificamente para o Timor Leste?
Noádia Santos de Souza Teixeira – Na verdade foi um processo, pois periodicamente um missionário que hoje é pastor ministrava com frequência em nossa igreja em
Belém, o seu nome é Célio dos Anjos, ele sempre contava o que Deus fazia
através dele entre as nações. Tais relatos fez nascer em meu coração o desejo
de fazer missões fora de minha terra natal, certo dia falei: "Eu quero
ser como este homem Senhor". Determinada vez no final de sua mensagem
este pastor perguntou quem tinha o desejo de fazer missões fora do Brasil, sem
perca de tempo fui à frente e ali ele fez uma oração por todos. Depois já com
meus 18 anos o grupo de louvor que eu participava fomos cantar na Ilha do
Combú, aqui mesmo no Pará. Durante o culto Deus usou uma serva em profecia
dizendo: “O Senhor manda te dizer que tu iras pisar por terras que nunca
pensou estar antes”. Aos 24 anos casei e após três anos Deus nos chamou para o
Timor Leste. Na época havia outras nações, mas sentimos o Senhor confirmar um
grande amor em nossos corações por aquela nação.
RN – Além da cultura
peculiar, clima dentre outras coisas que poderiam ser citadas aqui, o que constituiu
maior desafio para vocês?
NT – Com certeza o
idioma, poucos falavam o Português, mas com dedicação dentro de seis meses
dominei bem, quanto às questões culturais eu não tive dificuldades para
adaptação.
RN - Sabe-se que ainda
hoje existem fortes resistências em algumas províncias em relação ao evangelho,
muito mais na época em que chegaram àquele país há mais de 10 anos, como iniciaram o
trabalho de evangelismo junto aos timorenses?
NT - É verdade, mas o
mais lindo é vermos que quando é o Senhor Jesus que envia para o campo ele
mesmo direciona tudo. A primeira experiência que tivemos foi com as crianças,
íamos às aldeias uma vez por semana, no primeiro encontro fazíamos brincadeiras
com elas, a partir do segundo as incentivávamos a orar, no terceiro ensinávamos
louvores e também palavras em português, e como as crianças gostavam
consequentemente os pais acabavam por se envolverem também, aos poucos nos
aproximávamos mais e mais.
Com as mulheres eu usava a estratégia do bordado que
passei a ensiná-las, após ganhar a confiança delas nas aldeias passei a
explicar a importância de orarmos por tudo que fazíamos, pois desta forma estaríamos
agradecendo a Deus, e que procedendo desta forma Deus estaria aperfeiçoando o
conhecimento de cada uma.
RN - Eu imagino que
tenha várias experiências para relatar, mas qual dessas selecionaria como
inesquecível?
NT - Realmente foram
varias, mas a que realmente marcou meu coração foi o apedrejamento do templo em
nosso primeiro campo de trabalho no distrito de Liquiça no dia 22 de fevereiro
de 2009, dia de sua inauguração. Um dia de muita tensão para todos. Os líderes
religiosos do local compraram 50 litros de gasolina para atear fogo em nossa
casa, sofremos muitas ameaças, mas Deus nos deu o livramento e hoje estou aqui
contando suas maravilhas!
RN - Em sua opinião o
que falta para um maior crescimento do trabalho em Timor Leste?
NT – A igreja
brasileira que desbravou Timor Leste com o evangelho presenciou e padeceu na
pele horrenda perseguição, fator que ainda inibe sim o crescimento dos
trabalhos missionários na região, pois muitos timorenses têm o desejo de
aceitar a Jesus, mas por sofrerem ameaças de terem suas casas queimadas, serem
expulsos de suas aldeias e até de morte, estes recuam. Nos dias de hoje já se
percebe uma leve abertura e aceitação maior em algumas províncias, mas em
outras ainda são bem fechados para o evangelho.
RN - Foram seis anos em
contato com aquelas pessoas e sua realidade, como foi deixar o Timor Leste
depois de tanto tempo, digo emocionalmente falando?
NT - Foi bem difícil
deixar todos, foi de partir o coração, enquanto o avião subia deixando o Timor
Leste, eu não pude conter as lágrimas, mesmo entendendo que o nosso tempo
naquele lugar havia terminado. Mas saí em paz e com o sentimento do dever
cumprido.
RN - Como missionária
com experiências únicas o que diria para as moças e mulheres que hoje sonham em
ir para a missão?
NT - Que fiquem firmes
e esperem no Senhor, pois se Ele prometeu vai cumprir, passe o tempo que
passar, o nosso Deus não falha, busque em Deus a confirmação de seu chamado,
pois só na empolgação ou por achar bonito não suportarás. Trabalhar fora de
nosso país com costumes e tradições diferentes é bem desafiador, mais é fato
que se Deus chama, nos capacita e nos faz vencer.
RN - Por tudo que é
realizado na uma vida e jornada de alguém sempre existem os colaboradores para
que tudo aconteça. A quem você agradeceria?
NT - Primeiramente a
Deus pela oportunidade de conhecer o povo timorense, ter me dado a cada dia
força e ânimo para prosseguir, a Christian Vision pelo suporte, que Deus venha
abençoar a cada um deles, a minha igreja em Belém por ter me enviado e a nossa
família pelo apoio e oração. A toda equipe de trabalho em Timor Leste na pessoa
dos Prs. Davi e Zilnea Sampaio.
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